Leituras recentes

[1] #semantics Há muitos anos venho escrevendo sobre (web) semântica e comunicação digital (vejam os textos em meu site danielabertocchi.com), analisando a relação homem-algoritmos-mensagens e ressaltando a importância do olhar humano neste processo comunicacional. Bem, o exemplo abaixo evidencia o que quero dizer. O que, afinal, significa CHUCHU? Is it just “semantics”? O software não errou, foi super coerente — só não possui a sutileza e o bom senso do homem.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/08/1499347-erro-no-facebook-associa-picole-de-chuchu-a-perfil-oficial-de-alckmin.shtml

[2]  #pagenotfound‬ Veja essa: o BuzzFeed volta ao passado e apaga conteúdos já publicados. Voltam lá aos arquivos (quietinhos) e deletam o que consideram *hoje* conteúdos com pouca qualidade editorial e até com um “bad UX”. Agora imagina se um jornal ou uma revista tradicionais resolve jogar fora os seus arquivos em papel (queima tudo!) porque ponderou, ulteriormente, que suas notícias não têm mais qualidade ou foram mal diagramadas. E aí, pode?

Fonte: http://www.slate.com/articles/technology/technology/2014/08/buzzfeed_plagiarism_deleted_posts_jonah_peretti_explains.single.html

[3] #grátis Cursos online que exploram conceitos de design de interface, arquitetura de informação, usabilidade, psicologia da interação e afins… tudo pela internet e gratuitamente.

FONTE: https://www.interaction-design.org/courses

[4] #mercado-academia Cinco profs de jornalismo passam o verão (nosso inverno) mergulhados em grandes redações e então reformulam seus planos de aula com base no que observaram.

FONTE: http://www.niemanlab.org/2014/08/after-a-summer-back-in-the-newsroom-journalism-professors-are-headed-back-to-the-classroom/

[5] #eyetracking Como nossos olhos se movem para ler um site? Em “F”. Confira neste infográfico.

Fonte: http://www.digitalinformationworld.com/2014/08/eye-tracking-101-how-our-eyes-move-on-a-website-infographic.html

[6] #vidapósmoderna‬ A geração nem-nem e o Zygmunt Bauman. É sempre culpa da pós-modernidade. Texto aqui.

Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/empregos-e-carreiras/noticia/2014/08/diferentes-entre-si-jovens-que-nao-trabalham-nem-estudam-desafiam-rotulo-de-geracao-nem-nem-4570197.html

[7] #foresight Steve Outing, jornalista e analista do mundo digital, publicou em seu blog uma série de estudos que utilizam métodos de “Foresight” para compreender o futuro do jornalismo e das indústrias de notícias. Neste texto, ele apresenta três possíveis cenários para o futuro do jornalismo.

Fonte: http://mediadisruptus.com/2014/08/06/scenarios-whats-likely-newspapers/

[8] #pósnausp Pensando em fazer Mestrado ou Doutorado em Comunicação na ECA-USP? Saiu o edital deste ano.

Fonte: http://www3.eca.usp.br/sites/default/files/form/ata/pos/PPGCOM%20EDITAL%202015%20PARA%20PUBLICA%C3%87%C3%83O.pdf

[9] #homepage Como costumo dizer: o Facebook é a home do seu jornal. Concorda? Texto aqui.

Fonte: http://pando.com/2014/07/24/facebook-is-no-longer-a-social-network-its-the-worlds-most-powerful-news-reader/

[10] #auladejornalismo Obra para figurar na bibliografia básica das graduações de Jornalismo. Saindo do forno: Webwriting – Redação para a mídia digital, de Bruno Rodrigues (2014).

Fonte: http://www.editoraatlas.com.br/atlas/webapp/detalhes_produto.aspx?prd_des_ean13=9788522488865

[11] #notatall Pensa só: para que manter um website se todo o seu conteúdo poderia nascer e se rentabilizar em outras plataformas — direto no Facebook, por exemplo (já que é de onde a maioria do tráfego de referência vem de qualquer maneira mesmo)?  É o que o BuzzFeed pensa: “And the future of BuzzFeed may not even be on BuzzFeed.com. One of the company’s nascent ideas, BuzzFeed Distributed, will be a team of 20 people producing content that lives entirely on other popular platforms, like Tumblr, Instagram or Snapchat.”

Fonte:  http://www.businessinsider.com/buzzfeed-and-the-future-of-media-2014-8#ixzz3A7sVdUGE

[12] #pesquisas Estudos na área da comunicação digital que acabaram de sair do forno (em língua inglesa). Compilação do Nieman Lab.

Fonte: http://www.niemanlab.org/2014/07/whats-new-in-digital-and-social-media-research-what-makes-commenters-less-civil-and-the-rise-of-digital-longform/

[13] #auladejornalismo Resultado de atividade conjunta das disciplinas de Jornalismo Online e Projetos de TV da ECA-USP: uma reportagem multimídia a crise de água em SP.

Fonte: http://www.2000eagua.com.br/

[14] #bolsadeestudo Bolsa de £6.000 (US$10.250) para um aspirante a correspondente estrangeiro passar seis semanas no exterior, pesquisando e reportando sobre uma notícia estrangeira para o jornal Times de Londres. É preciso ter domínio do inglês.

Fonte: http://ijnet.org/pt-br/opportunities/jornal-times-de-londres-oferece-bolsa-de-reportagem-internacional

[15] #modelosdenegócio “Um ano terrível para os jornais, mas um bom ano para as notícias”. Derek Thompson fala que “Não existe um ‘negócio de notícias’. Existem muitas empresas diferentes que usam vários (e, às vezes, totalmente opostos) métodos de financiamento de produção de artigos. E os poucos negócios que podemos identificar agora podem significar o início de um grupo mais vasto de modelos de publicação que não podemos sequer imaginar. Se essa evolução vai ser bom para o jornalismo é complicado dizer…”. Texto completo aqui.

Fonte: http://www.theatlantic.com/business/archive/2014/08/a-terrible-year-for-newspapers-a-great-year-for-news/375859/

Os posts acima foram publicados em minha página no FB ao longo da primeira quinzena de Agosto de 2014.

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A cena cibercultural do jornalismo contemporâneo: web semântica, algoritmos, aplicativos e curadoria (Matrizes, 2012)

Corrêa, Elizabet Saad & BERTOCCHI, Daniela. A cena cibercultural do jornalismo contemporâneo: web semântica, algoritmos, aplicativos e curadoria. Matrizes (Online), Revista do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade de São Paulo, v. 5, p. 123-144, 2012.

Transforme a notícia num mapa visual: mais uma tendência rumo à web semântica

A novidade já não é tão nova assim, pois foi ofuscada (justificadamente) pelo furacão Obama. O The New York Times anunciou ao final de Outubro de 2008 sua ferramenta Visualization Lab em parceria com o laboratório de pesquisa da IBM e a tecnologia Many Eyes. A proposta do jornal e da IBM é gerar, a partir de um conjunto de dados (textos, tabelas, imagens, por exemplo) componentes de um conteúdo informativo, um formato visual que organize e facilite a compreensão da informação, especialmente em seu contexto.

São possíveis formas visuais como nuvem de tags, árvore de palavras, gráficos tipo Excel, mapas concêntricos, matriz relacional, linha de palavras-chave, entre muitas possibilidades.

religion1Vejam, por exemplo, qual o peso dos grupos religiosos entre os republicanos votantes na eleição que acaba de se encerrar. 

Ou a árvore de palavras de um recente discurso do vice Biden.biden

Todos esses formatos têm seu conteúdo navegável, portanto, apresentam contexto, incitando o leitor/usuário à navegação aprofundada. Além disso, o principal diferencial nesse tipo de ferramenta é a associação de cada item de conteúdo a um sistema de hierarquização semântica que evidencia para o leitor a essência do significado informativo ali contido.

O resultado disso tudo são alguns aprendizados tanto para o profissional da informação quanto para o leitor. Conceitos como taxonomias, indexação, taggeamento, dataminning, entre outros, passam a fazer parte das rotinas narrativa do jornalista e cognitiva do leitor; uma espécie de “literação visual” também começará a fazer parte dos processos de construção da notícia, desde a pauta, até seu consumo,  aquivamento e recuperação pelos usuários.

Estamos preparados? Esse é mais um questionamento no conjunto de muitos que vêm ocorrendo nesse momento de transição do ciberjornalismo. Evidente que processos como os mapas de visualização da notícia privilegiam leitores/usuários que tenham passado (e os futuros, que venham a passar) por processos educacionais e cognitivos com base construcionista. Alguns de nós (como esta autora) sofrem na transição. Outros leitores mais jovens desse Intermezzo passam felizes pelas nuvens de tags, mais outros colegas docentes frequentadores de nosso blog gastam um tempinho preparando aulas adequadas à nova realidade.

Para irmos nos acostumando à leitura visual, vejam o mapa que a IBM preparou a partir do discurso da vitória de Barak Obama, utilizando como fonte a transcrição do discurso feita pela CNN:

vitoria_obama1

Para saber mais

Fica aqui uma dica para quem quer se aprofundar mais sbre mapas visuais. É uma disciplina antiga. Não se esqueçam que a própria Torá da religião judaica parte de um conceito de mapa e contexto interessantíssimos. Vejam o blog Visual Thinking Map e o projeto Visual Literacy.

(Beth Saad)

Web semântica e as narrativas visuais interativas – Parte I

Nesses tempos de Web 2.0, a habilidade de construir, narrar e disponibilizar a informação numa interface visual que produza significado para o usuário é quase uma necessidade para os jornalistas e comunicadores. Estamos preparados para a web semântica?

Nossa cultura de base (especialmente da geração acima dos 35 anos) é textual, linear e formatada em pirâmide invertida. Estamos acostumados às informações apresentadas num texto verticalizado – livros, revistas, jornais – com poucas imagens, num conjunto informativo de começo, meio e fim que não dá espaço a contexto e muito menos a uma leitura visual do conteúdo.

Sabemos que as principais pesquisas no mundo da rede estão focadas na construção da web semântica, baseada mais diretamente nas percepções cognitivas e no modo de ver o mundo por meio da informação de cada usuário. Uma rede adaptativa, flexível e principalmente visível (ou visual!).

Para seguirmos em frente no nessa web 2.0 temos que afinar nosso olhar e nossa forma de conceber conteúdos para informar, ao mesmo tempo, com imagens e correlação. Aqui, começam a ser cada vez mais utilizadas as ferramentas de mapas interativos com conteúdo embutido.

Um exemplo recente na cena brasileira é o site Globo Amazônia, que apresenta um mapa interativo sobre queimadas e desmatamentos, bem inovador diante dos parcos recursos que nossos sites informativos utilizam.

(Segue aqui um destaque para o produtor do projeto, o jornalista Iberê Thenório, que foi aluno na ECA-USP e defendeu em 2007 um TCC sob minha orientação com um blog sobre ecologia e meio ambiente – o Atitude Verde.)

A iniciativa merece comentários, apesar da simplicidade da ferramenta, já que se percebe ali a necessidade de melhor agregação de banco de dados para dar mais dinamismo ao conteúdo da interação. Mas, por outro lado, é oportuna a inclusão da ferramenta participativa via Orkut convidando os usuários a protestar contra o desmatamento. Entre nós é uma novidade.

Apenas como contraponto acessem o mapa eleitoral da campanha presidencial 2008 dos Estados Unidos mantido pelo The New York Times.com, já citado neste Intermezzo.

É um interessante modo de narrativa visual interativa, aonde a popularidade de cada candidato é expressa em gradações de cores, e também é apresentada uma comparação entre a pesquisa formal realizada pelo jornal e aquela dos leitores-usuários do site, em outro mapa.

Fica a questão: já estamos desenvolvendo tais habilidades em nossos profissionais?

(Beth Saad)