É conhecida a polêmica entre empresas jornalísticas e operadores de busca em torno de sistemas agregadores de notícias como o Google News e o Yahoo News: estas últimas estariam “roubando” notícias produzidas pelas marcas jornalísticas, sem agregar qualquer valor ao conteúdo alheio. No campo dos micro-blogs, tendo o Twitter como carro-chefe, vemos alguns especialistas e publicações questionarem a utilidade do sistema.
É para seguir em frente que as polêmicas servem. Em post recente do Editors Weblog chamou a atenção o agregador de notícias independente Topix.net que ali é considerado como um website jornalístico, rankeado em terceiro lugar nos Estados Unidos, atrás do The New York Times e do USA Today.
O que o Topix tem de diferente? Segundo seus criadores: os jornais oferecem notícias e o Topix oferece uma plataforma para discussão dessas notícias. Ou seja, o Topix tem audiência porque dá espaço para o leitur discutir conteúdo, cria uma diversidade de fóruns, segmenta a informação por micro-regiões, por exemplo, engaja o leitor. Poderíamos considerar o Topix o precursor de uma geração de agregadores 2.0 porque agrega valor de rede social a um conteúdo unilateral.
E oTwitter? Por excelência um representante da era dos sites de redes sociais, percebe que a postura de agregar valor é a saída para fazer de seu imenso banco de dados de cadastrados e de informações que circulam nas mensagens algo valorizado na rede. Para isso, em parceria com o Google Co-op, lançou o Twitter Search que realiza buscas com qualquer palavra-chave ou nome próprio em todo o conteúdo das postagens do sistema, em tempo real.
Com isso, tem-se uma espécie de monitoramento temático e opinativo (com as devidas limitações de método e amostragem), a custo zero, de valor considerável para quem opera informações na web.
Os ganhos pela segmentação
Tanto o Topix quanto o Twitter visam explorar a segmentção resultante do uso desses sistemas para oferecer a anunciantes audiênicas super diferenciadas e especializadas. Nos dois casos, é possível alcançar a micro-segmentação, incluindo para o Topix a micro-localização, tornando os sites atrativos para anunciantes que, se anunciassem em websites de amplo alcance (portais) jamais alcançariam segmentos tão específicos.
Se buscadores e agregadores já eram considerados concorrentes de empresas informativas por conta da oferta de conteúdo, agora se configuram como também concorrentes no faturamento. Decididamente é preciso repensar muita coisa no ambiente das empresas informativas.
(Beth Saad)