iPad: você precisa ter um?!?!

A pergunta e/ou afirmação do título tem resposta incerta. Depende do leitor, de seu perfil digital e de seu olhar sobre a vida contemporânea. Desde o lançamento do iPad pela Apple na última semana de janeiro/2010 assisitmos a uma verdadeira avalanche de prós e contras apaixonados ou irados de analistas, entendidos, críticos e os sempre alerta palpiteiros paraquedistas.

Não vou ser repetitiva e listar todo o conteúdo de comentários que, certamente, os leitores deste Intermezzo já tiveram acesso. Muito menos vou apontar “os melhores e os piores”. Não cabe aqui. A questão que surge é bem anterior: como se posicionar como profissional e especialmente como ser social diante das ondas de inovação que parecem ter estabelecido um fluxo contínuo em nosso cotidiano?

Como disse, depende de quem está do outro lado da telinha…. (aliás, se você acompanha blogs como o Intermezzo grande chance de ter sido capturado pela digitalização da vida). Compartilho alguns pontos a considerar na hora de decidir se vamos questionar ou se envolver.

Se você é um apple addicted, sem discussão: “I need an iPad now“….

Se você está acomodado na gostosa poltrona da crítica refratária, também sem discussão: sem frases….

Agora, se você (eu incluída) atua em qualquer vertente da comunicação digital, o iPad surge, no mínimo, como um importante elemento de análise e objeto de experimentação para subsidiar a atuação de estrategistas, consultores, pesquisadores e analistas do mundo digital, e até dos burocratas que gravitam nesse ambiente. Não dá prá ignorar, não dá prá se posicionar sem assumir a “metodologia da observação participante” no dizer da academia.

Entendo a chegada do iPad no contexto da concretização do efeito cauda longa para uma inovação de rupturaChris Anderson contribuiu bastante para a popularização de ambos os conceitos. Seguindo um cuidadoso planejamento mercadológico e de desenvolvimento tecnológico da Apple, o iPad vem como o device subsequente na linha transformadora do modo de escutar e adquirir músicas – com o iPod e o iTunes; no modo de transformar o entretenimento musical e audiovisioual como uma experiência de navegação lúdica e compartilhada com o iPodTouch; no modo de fazer tudo isso e ainda falar ao telefone, com o iPhone; e agora trilhando os primeiros metros da evolução dessa transformação ao agregar tudo isso ao modo de leitura, absorção e armazenamento da informação. Um aspecto complexo e concreto tanto para os ditos “apologistas” do capitalismo demoníaco de Steve Jobs, quanto para os ditos “críticos distanciados” de uma cena irreversível.

Para quem acompanha o ambiente da comunicação e mídia digitais o estardalhaço pré, durante e pós lançamento do iPad promovido pela Apple era previsível e parte de seu modus operandi no mercado. Sabemos que ao longo deste 2010 a Apple vai despejar à nossa frente e a conta-gotas melhorias no modelo inicial, inclusão de funcionalidades, ampliação de capacidade, etc. Totalmente previsível.

Dentro da previsibilidade, o que importa para os profissionais do mundo da comunicação digital é analisar, experimentar, acompanhar e evoluir com o que está subjacente – a interação homem-máquina está cada vez mais próxima do funcionamento natural da lógica humana, incluindo suas idissincracias e sua identificação com o lado lúdico da vida. Steve Jobs, me desculpem os críticos mal-humorados, consegue traduzir isso de forma muito evidente e sedutora.

Os produtores de informação e entretenimento poderiam olhar tal processo evolutivo como uma vantagem competitiva que caiu de presente em seus quintais: um device convergente como o iPad agrega um mercado jovem, que considera o modo touch-lúdico como algo natural, com alto potencial de absorção de informações.  Os NYTimes e Estadão da vida deveriam estar dando pulos de alegria….

Retomando, como atuante na profissão e como envolvida por opção, penso que é inerente ter um iPad: “I want an iPad now and ever…”

Como disse logo no início deste post, surfar nessa onda depende muito do modo de olhar o mundo de cada leitor. Convivemos com os olhares dos míopes, que por meio de lentes, protegem suas fragilidades diante do processo de transformação social; com os olhares dos espectadores, que por meio de confortáveis abrigos, assistem à banda passar; com os olhares dos visionários, que por meio de Hubbles pessoais, saltam à frente de seu tempo e são categorizados como anjos ou demônios; e com os olhares dos atentos, que ao escolher o ponto de exclamação para fechar o título do post, buscam seus papéis sociais  nesse enlouquecido cotidiano digital.

Por ora, quero mais é ser feliz com um iPad. Daqui a pouco, vou estar um tanto enfurecida com a obsolescência do dito, e mais adiante, provavelmente vou ficar novamente feliz por ter conseguido trocá-lo por um iPad 4G….

(Beth Saad)

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2 thoughts on “iPad: você precisa ter um?!?!

  1. Não dá pra negar tudo isso que você falou e a importância do Ipad no futuro. Também já está na hora de a gente ter se acostumado com as tais “inovações a conta gotas” (adorei a imagem), mas tenho certeza que preciso de algumas gotinhas a mais antes de aderir ao Ipad.

    Achei um abuso o S. Jobs falar que o Ipad é a melhor experiência de internet que teremos, sendo que ele não roda flash, não acha?

    Mas assim que você tiver o seu, avisa para eu poder ver, tocar e morrer de inveja! rs

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