Ao que tudo indica, as grandes organizações de mídia e mesmo empresas em geral antenadas nas inovações estão cada vez mais criando estratégias de relacionamento com seus públicos por meio das ferramentas de mídia social. Como usar, que estratégias adotar, como customizar ou individualizar o potencial da ferramenta para cada caso são itens que entram na pauta dos planos de comunicação.
O recente post deste Intermezzo sobre um novo tipo de uso de rede – a “protegida”- criada pelo Wall Street Journal indica tendência e é um exemplo. Outras empresas enveredam pelo mesmo caminho: o The New York Times acaba de lançar o Times People em parceria com o Facebook para agregar seus usuários cadastrados e estimular o compartilhamento entre eles. A MTV lança a Flux (tela abaixo), num conceito mais amplo do que uma rede de relacionamentos, criando o que eles chamam de “estratégia vertical de entretenimento” que inclui além da área de relacionamento para 7,5 milhões de usuários cadastrados 35 sites da MTV, 1000 publicadores independentes entre outros acessos a conteúdos.
Como a tendência é forte, em paralelo a essas iniciativas, vemos uma série de colunistas e entidades que listam em suas colunas e blogs a famosa receita norte-americana de “10 itens para….” sobre o uso de ferramentas de mídia social. Pessoalmente, não sou muito afeita a listas desse tipo pela limitação inerente. Mas, o próprio Technorati adota a fórmula em seu relatório State of the Blogsphere 2008, então selecionei duas listinhas a partir das quais comento. Vejam:
A colunista e blgueira do Advertising Age – B. L. Ochman – fez uma lista interessante dos 10 itens que justificam porque uma empresa não deve usar blogs. Cito Ochman porque compartilho da maioria de suas 10 proposições: o blog é uma manifestão pessoal e não uma voz coletiva de uma empresa; tem linguagem própria, portanto não é uma listagem de press-releases que divulgam, por exemplo, “a palavra do presidente”; o blog corporativo não substitui campanhas de marketing e promoção, a assessoria de comunicação entre outras. Portanto, o uso de blogs corporativos é apenas um item na estratégia de comunicação e presença digital de uma empresa. Não a panacéia de existência na rede.
Uma outra lista de 10 e mais itens interessantes também está no Advertising Age dando dicas de como usar o Facebook, o MySpace, o Twitter e o Linkedin para busca de empregos e desenvolvimento de carreira. Ocorre que a listinha ultrapassa a questão individual e oferece boas informações sobre como redes de pessoas são fonte e campo para uma atuação estratégica de comunicação. Esses tipos de redes, onde estão envolvidas diretamente pessoas, têm uma característica fundamental para funcionar: o uso da verdade. Informações falsas, identidades construídas, explosão de inofrmações e atualizações não denotam um perfil estratégico de uso deste tipo de rede social. Vale a leitura, especialmente em tempos atuais onde o Twitter, por exemplo, tem sido usado para espécies de “spams corporativos” de empresas que solicitam adição da pessoa à sua rede apenas para compor um grupo de interesse e uma mala direta grátis.
Busquem suas listas 10 + 10 + outros 10….. e criem seus próprios critérios de uso das ferramentas de mídia social.
(Beth Saad)