A habilidade de narrar visualmente com contexto e com diálogo gera um segundo conjunto de capacidades que também temos que absorver nesse mundo 2.0: dar rótulos, classificar e categorizar a informação. Formalmente, entramos no terreno das taxonomias e do “taggeamento” cujo exercício é peça-chave para o futuro da web semântica.
Alem de narrar visualmente, a informação na web cada vez mais será buscada e disponibilizada na forma de mapas visuais de informação. A idéia é criar um ambiente informativo no qual o usuário, ao realizar uma busca na rede, se vê diante de uma imagem e a partir dela consiga avaliar os nichos que concentram mais ou menos interesse e correlação com as palavras-chave digitadas.
Tirando pela média das ferramentas existentes isso é possível desde que o conteúdo armazenado num determinado website tenha um eficiente processo de definição de tags, que realmente expressem o sentido e o significado de seu conjunto. Hoje, é só por meio de um bom processo de taggeamento, uma boa indicação de palavras-chave que é possível gerar um mapa visual do resultado da busca.
Nessa história entram variáveis humanas e as restrições decorrentes: a construção de tags é um processo que ainda hoje é individual, fora da tal cultura linear e sem correlações; o usuário, ao buscar por palavras-chave numa ferramenta que resulta num mapa, também tem um processo individual de definição dos termos.
Para exemplificar, vejam ao lado uma busca que fiz com os termos “semantic web” na ferramenta Grokker, que tem algumas limitações pois busca apenas no Yahoo!, Wikipedia e Amazon Books.
Na ferramenta Kartoo, que varre toda a web, mas ainda gera resultados com ícones recorrentes à cultura linear, a mesma busca resultou no seguinte mapa:
E no próprio Google, que não possui ferramenta visual, mas se apresenta como precursor e investidor num projeto de web semântica, a busca sai linear, mas com uma certa lógica aos nossos olhos:
Diante dos retornos, surgem pontos para pensar: a compreensão dos resultados visuais; a satisfação do usuário com os resultados de uma busca; o uso correto de palavras-chave, e por aí vai.
Novamente a pergunta, estamos preparados para indicar boas tags?
(Beth Saad)
Beth, eu queria meter a minha colher: o taggeamento não irá criar uma profusão caótica de palavras-chave a ponto de buscarmos uma uniformidade, ou regras para este taggeamento? E se isso acontecer, será que todos os usuários seguirão essas regras? Se não seguirem, o que pode acontecer com esse projeto de taggeamento universal?
Estou raciocinando como há décadas atrás, quando foi necessário estabelecer um sistema para a catalogação bibliográfica, esse do Dewey…
abs
Então Rogério, entendo o taggeamento da era 2.0 como algo diferente do pensamento estruturado da catalogação, das taxonomias bibliotecárias, etc.
É novo e difícil de absorver especialmente para nós que estamos acostumados a classificações.
Veja minha digressão (ou seria viagem?): Tags e suas representações visuais deverão refletir o “status” narrativo do grupo que circula numa ambiência digital, num determinado lapso de tempo. É o termômetro temático, oferecendo ao usuário não envolvido naquela comunidade uma visão “snapshot”do que se fala, das ênfases, etc.
Agora, para que isso ocorra é preciso ter alguma “ciência” de taggear. Estamos iniciando essa experiência aqui no Intermezzo e, pessoalmente, já constatei que é mais do que indicar termos.
Fica a questão: como ensinar isso em classe para alunos interessados em inserir ações participativas em nossos sites informativos?