Há exatamente 15 dias, estive no programa Roda Viva twittando. Como estou entre iniciados, vou economizar as explicações sobre a nova ferramenta-mania da internet para ir direto aos fatos. A TV Cultura (@tvcultura), agora sob direção Paulo Markun (@paulomarkun), está mais internética. Não há dúvidas de que Pedro Markun (@markun), filho de Paulo e diretor do Jornal de Debates, tenha uma mão de responsabilidade nessa nova postura. A emissora, tradicional por não fazer mais do mesmo na comunicação, agora conversa de igual pra igual com gente como a gente, internet heavy users.
O convite para twittar no ‘Roda Viva’ surgiu de amigos que circulam pelo Intermezzo, pelo Twitter e pela TV. O entrevistado era o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Os twitters convidados éramos Tiago Dória (@tdoria – Blog de tecnologia do iG) e Ricardo Pereira (@RicardoPereira – Dinheirama) e eu (@analucia – Limão.com.br).
O que mais surpreende é a compreensão da ferramenta, produto, micro-blog, que todos na TV Cultura demonstravam ter. Do primeiro contato da produção até o maquiador, nenhum aparenteva surpresa ao falar de Twitter, #tags ou @alguem. Fomos recebidos e tivemos as mesmas regalias que os jornalistas de impressos convidados para as bancadas de entrevistadores [Cristina Alves, editora de economia do jornal ‘O Globo’; Cida Damasco, editora de economia do jornal ‘O Estado de S.Paulo’; José Roberto Campos – editor executivo do jornal ‘Valor Econômico’; Vinicius Torres Freire, colunista de economia do jornal ‘Folha de S.Paulo’]. A exceção era: teríamos de levar nosso próprio equipamento. Razoável, considerando que ficamos mais à vontade com nossa máquina pessoal.
Mas qual seria nossa contribuição real para o ‘Roda Viva’? Os papéis de todos estão bem definidos, desde a criação do programa, em 1986. O apresentador apresenta e faz a mediação, no caso Lillian Wite Fibe. Os entrevistadores promovem o debate. Paulo Caruso faz charges. O público envia perguntas (antes mais por telefone e hoje basicamente por e-mail). E os três twitters, o que faríamos? Já cobri economia (porque já cobri qualquer assunto que você possa imaginar), mas há anos trabalho com jornalismo interativo. Tiago também já fez economia, mas é expert em tecnologia e movimentações na rede. Ricardo, para nosso conforto, é da área e meio combinamos de que ele faria as complementações com viés econômico. Tiago e eu partimos para a ‘crítica’ minuto a minuto do formato do programa, das perguntas, dos bastidores e, claro, para contar o que se falava nos intervalos. A preocupação era ambientar e dar mais detalhes do que se passava ali para quem além de assistir à TV acompanhava pelo Twitter.
O resultado é possível ver aqui: http://summize.com/search?q=rodaviva
As conclusões sobre a efetividade do uso da ferramenta para entregar um algo mais para o público também é difícil de imaginar. Algumas idéias vão no sentido de associar o Twitter ao Gerador de Caracteres e aparecer na tela da TV. Outra seria abrir espaço no programa para que algumas impressões fossem lidas no ar, como comentários relevantes de quem está ali observando o debate. As idéias são muitas, a qualidade das aplicações ainda serão avaliadas. Ainda estamos experimentando, o que é sensacional, ainda mais nesse caso que é em alto nível de qualidade de conteúdo.
Estádio Limão
Graças ao Twitter, que defino como uma ‘panelinha’ online, criei em parceria com Fabio Bito Caraciolo (@retirante), responsável por Esporte no Limão, o Estádio Limão. Um espaço livre, aberto a torcedores de diferentes torcidas, inclusive rivais, para fazer um acompanhamento momento a momento importante de jogos de futebol. A participação é aberta aos usuários cadastrados no Limão. A mediação e a postagem de informações oficiais é feita por um avatar do Limão. Além da partida, pode-se comentar a narração na TV, o movimento dentro do estádio real, nas cidades dos times e tudo que for relevante e acrescente para o conteúdo. Convido vocês a participarem da experiência na próxima quarta, durante a final da Libertadores entre Fluminense e LDU.
Satisfação
Andei afastada do Intermezzo por razões éticas e profissionais. Há quase um ano, depois de 10 entre Folha e UOL, estou no Limão, do Grupo Estado. Apesar dos mais de 200 mil cadastrados no site, que reúne conteúdo noticioso, colaborativo e rede social, o produto ainda é beta e promete lançamentos interessantes para os próximos meses.
(Ana Lucia Araujo)
Uhuuuu!!!!!
Achei muito legal a ação da TV Cultura, isso nos incentiva, e nos da orgulho e satisfação, ver o nosso trabalho, de jornalista, sendo reconhecido e respeitado, mesmo o nosso trabalho que ainda não é muito conhecido, e mesmo assim recebermos esse reconhecimento.
A tv cultura possui uma das melhores programações da tv brasileira, dela não temos do que nos envergonhar, e agora estamos percebendo sua dedicação, através de seu interesse pelo ciberespaço para poder se tornar cada vez mais antenado com o mundo.
Todo mundo, vocês que conseguiram o espaço na Tv Cultura e o próprio canal, merecem meus PARABÉNS!!!
Sarah Menezes
http://www.labusca.com.br