INTERNET SOB VIGILÂNCIA
Sete países do mundo impõem severas limitações ao uso da internet ou ao seu acesso. Os governos da China, Vietnã, Ilhas Malvinas e Síria chegam a enviar para as prisões seus cidadões que veiculem na internet temas considerados subversivos. Já são 75 pessoas presas nestes quatro países, a maioria (63) na China. Algumas simplesmente por emitir suas opiniões em chats! As penas chegam a quinze anos. A denúncia é da organização Repórteres Sem Fronteira, a RSF.
Tecnologias cada vez mais sofisticadas permitem filtrar na rede conteúdos considerados inadequados. “As autoridades chinesas usam uma combinação inteligente de propaganda, desinformação e repressão para controlar a liberdade de expressão”, aponta a organização em seu Informe 2004.
Já os regimes de Cuba, Birmânia e Coréia do Norte restringem o uso da internet a uma parcela mínima de sua população.
Mas as restrições não estariam apenas nestes regimes “duros”. Também nos países com uma democracia formal já consolidada, uma extensa gama de limitações e invasão de privacidade limitam os direitos e garantias. Pretexto: as redes terroristas e de pedofilia, a pirataria e os cibercrimes.
“O resultado é que na maioria dos países democráticos, hoje, a internet se encontra submetida a um regime político muito menos protetor da liberdade de expressão do que os meios de comunicação tradicionais”, indica o informe.
“O direito à internet está se construindo agora nos quatro cantos do planeta”, argumenta a RSF. Afinal, como nos indica o sociólogo catalão Manuel Castells, a internet não é automaticamente o reino da liberdade. Há uma longa e árdua batalha a ser travada.
A íntegra do relatório está disponível em formato PDF no site da RSF, em inglês, francês e espanhol. Mais informações também no Yahoo Notícias.