MEMÓRIA
O jornalista Tim Lopes foi assassinado por traficantes do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, há exatos dois anos. O assassinato impulsionou o surgimento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Em entrevista ao Comunique-se, o presidente da associação, Marcelo Beraba, fez um balanço do que mudou no jornalismo depois da morte de Tim. Reproduzo abaixo dois excertos da entrevista:
# “Os jornalistas tomam mais cuidado, têm mais cautela ao realizar um trabalho investigativo. Estão mais atentos e conscientes dos perigos que correm” (…) Houve um prejuízo concreto para a informação, para a investigação jornalística. Perdemos fontes primárias. Atualmente, dependemos de policiais para obter informações. (…) Depois da morte do Tim, os jornalistas passaram a ser hostilizados. Um ano após a morte dele, fizemos uma grande reunião com quase 60 jornalistas. A maioria disse que está cada vez mais difícil obter informações nessa área.”
# “Antes, quando não havia carro à disposição, os repórteres pegavam um táxi para fazer as coberturas. Hoje, eles só vão para um local com a equipe completa, o carro identificado e coletes à prova de bala à disposição. O contato com a redação é freqüente”. (Sobre as medidas de segurança adotadas pela Folha de S. Paulo).
O mesmo Comunique-se, por conta do Dia Nacional da Imprensa (comemorado ontem, 01/06), fez uma retrospectiva dos fatos mais relevantes que marcaram o jornalismo desde junho do ano passado. O apanhado pode ser conferido aqui.